Publicado: 26/07/2024
Os carboidratos são frequentemente o centro de debates e equívocos no mundo da nutrição, muitas dietas populares demonizam esses nutrientes, enquanto outras os elevam ao status de indispensáveis.
Com tanta informação conflitante, é fácil se confundir. Neste post, vou desmistificar cinco mitos comuns sobre os carboidratos e esclarecer seu papel na alimentação saudável.
Mito 1: Carboidratos engordam
Um dos mitos mais comuns é que os carboidratos são os principais culpados pelo ganho de peso, no entanto, o ganho de peso ocorre quando há um consumo calórico total maior do que o gasto energético. Carboidratos, quando consumidos com moderação e como parte de uma dieta balanceada, não levam necessariamente ao ganho de peso.
A verdade:
A qualidade dos carboidratos é importante, os carboidratos refinados, como açúcar e farinha branca, são absorvidos rapidamente pelo corpo, podendo causar picos de glicose no sangue e contribuir para o ganho de peso se consumidos em excesso. Em contraste, carboidratos complexos, encontrados em grãos integrais, legumes e vegetais, são digeridos mais lentamente e fornecem energia de forma gradual por um período maior.
Mito 2: Todos os carboidratos são iguais
Outro equívoco comum é a ideia de que todos os carboidratos são iguais e têm o mesmo efeito no corpo, isso está longe da verdade. Carboidratos vêm em diferentes formas e têm diferentes impactos na saúde.
A verdade:
Os carboidratos podem ser classificados como simples ou complexos, os carboidratos simples, como açúcares, são rapidamente digeridos e podem causar picos de glicose no sangue.
Já os carboidratos complexos, como os encontrados em grãos integrais e vegetais, são digeridos mais lentamente, fornecendo energia de forma gradual e prolongada.
Mito 3: É melhor evitar carboidratos à noite
Muitas pessoas acreditam que consumir carboidratos à noite leva ao ganho de peso, pois o metabolismo supostamente desacelera durante o sono, resultando no armazenamento de gordura.
A verdade:
O corpo humano continua a queimar calorias durante o sono, e o horário do consumo de carboidratos tem menos impacto no ganho de peso do que o total de calorias consumidas ao longo do dia, além disso, consumir carboidratos à noite pode ajudar a regular os níveis de glicose no sangue e promover uma boa noite de sono.
Mito 4: Carboidratos não são essenciais para a saúde
Algumas dietas populares, como a dieta cetogênica, sugerem que os carboidratos não são essenciais e que o corpo pode funcionar bem sem eles.
A verdade:
Embora o corpo possa usar outras fontes de energia, como gorduras e proteínas, os carboidratos são a principal e mais eficiente fonte de energia para o cérebro e os músculos. Eles também desempenham um papel importante na saúde digestiva, fornecendo fibras que ajudam na regulação do intestino.
Mito 5: Carboidratos causam diabetes
Há um equívoco de que o consumo de carboidratos, especialmente açúcar, é a principal causa do diabetes tipo 2.
A verdade:
O diabetes tipo 2 é uma condição complexa que resulta de uma combinação de fatores genéticos e de estilo de vida. Embora o consumo excessivo de carboidratos refinados e açúcares adicionados possa contribuir para o desenvolvimento da resistência à insulina, uma dieta balanceada com carboidratos complexos pode ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue e prevenir o diabetes.
Conclusão
Os carboidratos são uma parte essencial de uma dieta equilibrada e não devem ser temidos. A chave é escolher carboidratos de qualidade e consumi-los de maneira equilibrada dentro do seu consumo calórico total.
Referências
- PubMed. Carbohydrates and weight management. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/
- Harvard T.H. Chan School of Public Health. The Nutrition Source. Disponível em: https://www.hsph.harvard.edu/nutritionsource/
- MySportScience. Timing of carbohydrate intake. Disponível em: https://www.mysportscience.com/
- U.S. Department of Health and Human Services and U.S. Department of Agriculture. Dietary Guidelines for Americans. 8th Edition. Disponível em: http://health.gov/dietaryguidelines/2015/guidelines/
- American Diabetes Association. Disponível em: https://www.diabetes.org/